Bitcoin caminha para fechar 2025 na casa dos US$ 90 mil: o que esperar?
Após atingir máxima histórica de US$ 126 mil em outubro, a maior criptomoeda do mundo recuou cerca de 30% e encerra o ano em clima de cautela — mas analistas veem sinais de recuperação para 2026.
O Bitcoin se prepara para encerrar 2025 em um patamar que, há poucos anos, parecia distante: a casa dos US$ 90 mil. Neste domingo (28), a principal criptomoeda do mundo é negociada em torno de US$ 87.600, segundo dados do CoinGecko, consolidando um ano marcado por recordes históricos, movimentações bilionárias de grandes investidores e uma volatilidade que testou a paciência até dos mais experientes. Para quem acompanha o mercado de criptomoedas, o cenário atual é de cautela — mas também de expectativa.
A trajetória do Bitcoin em 2025 foi, no mínimo, cinematográfica. Depois de finalmente romper a barreira psicológica dos US$ 100 mil em dezembro de 2024, o ativo digital continuou sua escalada e atingiu um novo recorde histórico acima de US$ 126 mil no início de outubro. A euforia, no entanto, durou pouco. Nas semanas seguintes, uma correção acentuada levou o preço a recuar cerca de 30%, devolvendo parte dos ganhos acumulados ao longo do ano.
O despertar das baleias
Por trás dessa montanha-russa está um fenômeno que especialistas do mercado chamam de "grande redistribuição". Investidores que mantinham suas moedas intocadas há mais de uma década — as chamadas baleias, termo usado para descrever quem detém mais de 1.000 BTC — decidiram que era hora de realizar lucros. Dados da CryptoQuant, uma das principais plataformas de análise on-chain, mostram que bilhões de dólares em Bitcoin mudaram de mãos ao longo de 2025.
O movimento começou logo após o Bitcoin cruzar os US$ 100 mil e se intensificou em três ondas distintas: no início do ano, em julho e novamente em novembro. Mineradores da era Satoshi, que acumularam moedas quando o Bitcoin ainda valia centavos, finalmente decidiram colher os frutos de mais de 10 anos de paciência. Uma única transação em julho envolveu a venda de 80.000 BTC — quase US$ 9 bilhões na cotação da época.
ETFs e tesourarias absorvem a pressão
O que poderia ter sido um desastre para o mercado acabou sendo absorvido de forma surpreendente. Fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin, como os aprovados pela SEC (Securities and Exchange Commission) dos Estados Unidos, e empresas que adotaram a criptomoeda como reserva de valor — as chamadas Digital Asset Treasuries — entraram como compradores, equilibrando a oferta e a demanda. Essa nova dinâmica mudou a estrutura tradicional dos ciclos de mercado.
Empresas como a Strategy, uma das pioneiras em manter Bitcoin no balanço corporativo, foram fundamentais para absorver as vendas massivas das baleias. O resultado foi que, mesmo com a pressão vendedora, o preço conseguiu se manter em patamares elevados durante boa parte do ano. Se você quer entender melhor como funciona o Bitcoin e por que ele atrai tanto interesse institucional, confira nosso guia completo sobre a primeira criptomoeda do mundo.
Dezembro volátil e sinais de recuperação
O último mês do ano trouxe mais turbulência. O Bitcoin acumula queda de aproximadamente 9% no quarto trimestre, refletindo um período de ajuste após os recordes de outubro. A atividade nas redes blockchain permanece fraca, e o mercado passou por um processo de redução da alavancagem especulativa — um movimento que, paradoxalmente, pode ser saudável para a sustentabilidade dos preços no longo prazo.
Apesar do cenário desafiador, relatórios de gestoras apontam melhora gradual na liquidez do mercado. O chamado "reset de alavancagem" eliminou posições excessivamente arriscadas e abriu espaço para um otimismo moderado entre investidores institucionais. A acumulação por parte de grandes players continua, sinalizando confiança no ativo para o próximo ano.
O que esperar para 2026?
A pergunta que não quer calar é: o ciclo de alta acabou? Tradicionalmente, o mercado de criptomoedas segue um padrão de quatro anos, impulsionado pelos eventos de halving — a redução periódica na emissão de novos bitcoins, conforme definido no whitepaper original do Bitcoin. Por essa lógica, um mercado de baixa estaria no horizonte. Mas muitos analistas acreditam que as regras do jogo mudaram.
A entrada de capital institucional através de ETFs, a adoção corporativa crescente e a participação de novos canais de liquidez tornaram a estrutura do mercado mais complexa. A antiga teoria dos ciclos pode não se aplicar totalmente, já que a dinâmica de realização de lucros migrou dos grandes investidores para o varejo. Para quem deseja se expor ao mercado cripto, vale conhecer as melhores formas de investir em criptomoedas de maneira segura.
Especialistas consultados por veículos internacionais apostam que novos ganhos podem estar a caminho em 2026. O argumento é que, com a pressão vendedora das baleias veteranas diminuindo e a demanda institucional se mantendo firme, o Bitcoin pode encontrar suporte para retomar sua trajetória de alta. Claro, nada é garantido no mercado de criptomoedas — a volatilidade faz parte do jogo.
Vale a pena investir agora?
Para investidores que pensam no longo prazo, o momento atual pode representar uma oportunidade de entrada após a correção. Com o Bitcoin cerca de 30% abaixo de sua máxima histórica, há quem enxergue o cenário como um ponto de acumulação. Por outro lado, a incerteza macroeconômica global e a possibilidade de novas correções pedem cautela.
Como sempre, a recomendação dos especialistas é a mesma: nunca invista mais do que pode perder, diversifique sua carteira e estude antes de tomar qualquer decisão. Se você está começando agora, vale a pena conferir nosso artigo sobre como investir com pouco dinheiro e entender os fundamentos do Ethereum, a segunda maior criptomoeda do mercado.
O Bitcoin encerra 2025 longe de seu topo histórico, mas ainda assim em um patamar impensável há poucos anos. O ano foi marcado por uma redistribuição histórica de moedas, pela consolidação do interesse institucional e por uma volatilidade que lembrou os velhos tempos do mercado cripto. Para 2026, as apostas estão na mesa — e o mercado, como sempre, promete emoções.
Para acompanhar as cotações em tempo real das principais criptomoedas, acesse nossa página de cotações de criptomoedas. E se quiser simular quanto seus investimentos podem render ao longo do tempo, experimente nossa calculadora de juros compostos.
As informações deste artigo têm caráter exclusivamente informativo e educacional. Não constituem recomendação de investimento. Criptomoedas são ativos de alta volatilidade e podem resultar em perdas significativas. Antes de investir, avalie seu perfil de risco e, se necessário, consulte um profissional qualificado.
— Aviso importante